50 anos de Brasil, 50 anos de histórias. Mas como tudo começou? Nesta entrevista exclusiva concedida na fábrica da STIHL Brasil, Hans Peter Stihl, filho do fundador e hoje Presidente Honorário do Conselho Consultivo, conta sobre o início da produção em terras verde-amarelas e o seu orgulho dessa trajetória.

 Hans Peter Stihl, Presidente do Conselho Consultivo

Qual foi a razão para escolher o Brasil? Havia algum outro local sendo considerado na época? 
Quando comecei a trabalhar com meu pai, em 1960, desde o início me interessava pelos mercados de exportação. E é claro que, olhando no mapa, vi países imensos como o Brasil, a Argentina e assim por diante. Mas achei que deveria dar uma olhada mais de perto. Viajei para o Brasil, Argentina, Chile e depois definimos que, se fizéssemos algo na América do Sul, começaríamos no Brasil. Com o tempo, as leis foram alteradas de tal forma que não era possível importar nenhum produto. Então decidi que não desistiríamos do mercado brasileiro. Nós importaríamos os componentes individuais para o Brasil e iniciaríamos a montagem no Brasil. Isso começou em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Tínhamos um prédio alugado e instalamos lá uma linha de montagem. Mais tarde, vimos que a demanda no mercado era bastante grande, por isso deveríamos adquirir um terreno e construir o nosso próprio prédio, o que fizemos em 1973. Inauguramos as instalações em São Leopoldo, onde ainda estamos presentes. 

E como foi a decisão de transformar o local em uma fábrica com seu próprio produto produzido aqui? 
Bem, o mercado no Brasil, mesmo naquela época, era bastante vasto. E, portanto, por causa da proibição de importação para o Brasil, decidimos que não desistiríamos do mercado. Definimos que começaríamos aqui e, bem, esse é o começo de uma história relativamente longa, mas muito bem-sucedida. 

Quais são suas melhores lembranças desse período? 
Lembro de estar decidindo que deveríamos vir para o Brasil e montar nossos produtos. Meu pai era, naquela época, relativamente idoso e não estava mais muito interessado no negócio. Então, tomei providências e iniciei a linha de montagem aqui. E mais tarde, começamos nosso próprio prédio. A partir daquela época, crescemos no número de pessoas, produtos e construções. E o que temos agora é o que se vê, mais de 3.000 funcionários e uma qualidade de produção muito alta. 

E uma cultura muito forte também. É realmente maravilhoso que, no mesmo ano em que a STIHL Brasil iniciou suas operações aqui, você se tornou presidente do Grupo. Naquela época, poderia imaginar que a empresa cresceria tanto sob sua liderança? 
Não poderia imaginar, mas esperava que tivéssemos a possibilidade de desenvolver este mercado para os nossos produtos e foi realmente um sucesso fazer isso ao longo dos anos. Desde essa decisão, em 1973, vim ao Brasil todos os anos para ver o sucesso de nossa empresa. Víamos boas melhorias a cada ano, aumentamos a produção, aumentamos as vagas de emprego. E foi uma decisão muito bem-sucedida. Estou muito feliz por poder agora, depois de tantos anos, voltar aqui e ver o resultado de nosso trabalho duro. 

Também estamos felizes em tê-lo aqui! Então, durante os últimos 50 anos, qual foi o projeto da STIHL Brasil do qual o senhor mais se orgulha? 
Bem, penso que foi muito importante decidirmos não só importar peças, mas também produzir as peças no país. Assim, começamos a fundição sob pressão, a usinagem e, recentemente, iniciamos também uma cooperação muito forte entre o nosso Centro de Pesquisa e Desenvolvimento na Alemanha e o centro aqui no Brasil. Essa cooperação é muito valiosa e eficaz. 

Para finalizar, como o senhor vê a operação da STIHL no Brasil e em toda a América Latina no futuro e quais são suas expectativas e mensagem final para os funcionários, revendedores e fornecedores em geral para esta região? 
Mencionei antes que agora temos mais de 3.000 funcionários nesta empresa. É claro que continuaremos a desenvolver a fábrica que temos aqui. Temos ideias novas o suficiente para novos produtos. Agora, estamos vendendo mais e mais produtos a bateria, porque as unidades a gasolina não podem ser vendidas em todo o mundo. Na Alemanha e nos Estados Unidos temos uma grande quantidade de produtos a bateria. Mas, ao mesmo tempo, continuaremos a desenvolver novos produtos a gasolina no futuro, porque precisamos disso para o manejo de árvores maiores, que só podemos fazer com uma motosserra potente, muito poderosa. Estamos oferecendo agora uma linha de produtos a gasolina e uma linha de produtos a bateria. A linha a bateria está crescendo muito rápido, enquanto a linha a gasolina ainda está lá e vai se desenvolver muito bem, apesar de no futuro vermos cada vez mais produtos a bateria. E vamos avaliar a possibilidade de produzir esses produtos aqui no Brasil.

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